SubtrapWe love doing drugs
But we ratter get some pussy
(Pussy is Power (Interlude))
Tropecei nesta mixtape e neste artista por acaso no site da Green Label. Ele me chamou atenção por prometer um trap diferente, ou nas palavras do artistas, consciente. Não sei se ele realmente consegue alcançar esta consciência, mas a música sem dúvida é muita boa.
Há uma certa similaridade, principalmente sonora, com Section.80 do Kendrick Lamar. Elementos do trap estão presentes de uma forma bem interessante, não são todas as faixas, mas adicionam a ideia geral do álbum que é contar diferentes perspectiva sobre uma determinada situação, neste caso a vida nos subúrbios.
Assim como o ano me fez gostar do RapRJ, parece que vou acabar gostando de trap, pois projetos como esse e do Travi$ mostram o verdadeiro potencial desse gênero. Não diria que Jay IDK conseguiu criar um sub-gênero chamado subtrap, mas sem dúvida criou ótima música, até o momento uma das melhores mixtapes de 2015.
Top 5 Destaques: Sexy Bartender Pt 1, God Said Trap (King Trappy III), Thugs Prayers (Jon Jon), Pussy is Power (Interlude), Last Song (Jay).
All We NeedSo if you had to meet yourself would you go do it or run?
Cause I could be MLK, I could be Juicy J
Or a lame on Instagram that shows the world his AK
(Devil's Whisper)
Para aqueles que curtem um rapper que não se mantém "trancafiado" no próprio gênero, vão adorar esse álbum do Raury. Na verdade, maior parte das músicas se destacam pela habilidade de canto do MC do que pelos seus versos.
Talvez a maior característica do rap em si nas músicas sejam as letras com um apelo bastante social e os refrãos bem trabalhados pelo Raury. A produção possui muitos elementos do rock, caindo naquela categoria alternativa onde muitos artistas que não parecem com mais ninguém são colocados, ou seja, a música do Raury é única.
No meio de uma ano forte no rap este projeto dificilmente vai chamar muita atenção na lista de melhores do ano, até por não ser um som mais tradicional. Porém, o álbum é cheio de qualidade e sem dúvida uma boa novidade, principalmente quem gosta de se aventurar por outros gêneros ou produções alternativas.
Top 5 Destaques: Forbidden Knowledge, Devil's Whisper, Peace Prevail, Trap Tears, Kingdom Come.
It's Better This WayThe music that I make ain't for radio, bogus
The people just wanna hit the club and have fun
And I don't make that kind of shit and that's really the culprit
Art is art no matter how you sculpt it
(King Pt. 4)
KRIT é um dos caras que eu coloco muito próximo do Cole e Kendrick, a série de mixtapes e álbuns muito bons, colocam ele como um dos mais consistentes da nova geração. Essa mixtape surpresa é mais um acerto do rapper de Mississípi.
Explorando o conceito do seu álbum Cadillactica, ele mostra a sua escolha pelo Monte Carlo ao invés do Cadillac e afirma "ser melhor dessa forma", como uma analogia a uma mudança de mentalidade nesse momento da carreira. Dessa forma, KRIT é bem pessoal nas rima, navegando muito bem por questionamentos e experiencias próprias.
A produção é sempre de qualidade e consiste, com aquela cara sulista com influência do trap, mas com algo mais voltado para o jazz e o soul, também muito inspirado no Outkast. Uma mixtape inesperada e cheia de qualidade, mais um projeto de qualidade para sua discografia de dar inveja.
Top 5 Destaques: King Pt. 4, 86, No Static, Keep It Boomin, It's Better This Way
Das Batalhas Pra GuerraNé, fi? Vim, vi, venci, valorize
Cada chance, como adversário não sou easy
To mais pra Eazy-E, Helibrown A.K.A Heli ID
Influências vão de RZO à Run DMC
(Procede II)
Helibrown é um dos artistas a Artefato Produções, fundada pelo Nego E e conhecida recentemente pela Liga Nocaute. Uma mixtape que me pegou de surpresa, mas que logo quis escutar, pois essa banca tem produzido bastante conteúdo de qualidade.
Assim como o título do álbum, é possível ver as características de um rapper de batalha em suas rimas, como variações de levada ou punchlines que chamam atenção. As produções originais são muito boas e variadas, porém os detaques da mixtape ficam para as faixas rimadas sobre produções conhecidas internacionalmente, é nestas faixas que Helibrown se demonstra muito confortável.
Há momentos muito bons, mas muito bons mesmo, o que fazem o projeto manter certa consistência. As participações, por exemplo, roubam um pouco da atenção em alguns momentos e as ótimas skits também dão uma sobrevida ao projeto. Uma mixtape obrigatória para quem quer se manter por dentro da cena nacional.
Top 5 Destaques: Sabe Pai, Só Para Constar, Valores, Uns e Outros, Procede II.
Late Knight SpecialGive me your soul, give me your beat
Give me everything I need just to unleash the beast
Dawg, it's dangerous, but I come in peace
I flew over heads, I'm a traveling man
One sick motherfucker with a way fare plan
(Heaven Is For Real)
Eu conhecia o Kirk por alguns versos, mas foram as produções nas faixas "Big Dusty" e "Hazeus View" do B4.DA.$$ que me chamaram atenção pra ele. Os singles são ótimos, então não tive dúvida em checar esse álbum da PRO ERA. Kirk manda muito bem nas rimas, tem tanto potencial quanto Joey, porém é a escolha das produções que chamam mais atenção no projeto.
Seguindo a ideia da PRO ERA de "reviver" o boom bap dos anos 90, temos aqui algo que relembra aquela época, porém seguindo uma linha bem progressista, algo já apresentado na grande estréia do Bada$$. Além disso, as participações, apesar de poucas, também adicionam ao projeto. Destaque para minha paixão atual, NoNameGypsy.
Assim como o primeiro álbum comercial da banca, a estréia do líder da PRO ERA, Late Knight Special acerta em cheio no tipo de som que eu mais curto, mesmo não sendo o melhor do ano este é um projeto que eu vou ouvir novamente muitas vezes. Kirk sem dúvida é alguém para acompanhar de perto.
Top 5 Destaques: Heaven Is For Real, Brokeland, 5 Minutes, One Knight, Dead Friends.
